Internação Involuntária

Quando a intervenção se torna necessária

A dependência química e alguns transtornos mentais podem, em determinados casos, levar a um nível tão grave de comprometimento que a pessoa perde a capacidade de perceber o próprio estado de risco.

Quando isso acontece, e não há mais possibilidade de convencimento para que o paciente aceite tratamento voluntariamente, a internação involuntária pode ser um recurso legítimo e necessário para preservar a vida, a saúde e a dignidade do indivíduo.

Na Clínicas Liberty, esse tipo de intervenção é conduzido com o máximo de cuidado, observando todos os critérios legais, éticos e humanitários.

O que é internação involuntária

A internação involuntária é aquela que ocorre sem o consentimento do paciente, mas com solicitação da família ou responsável legal e autorização médica.

Essa modalidade é regulamentada pela Lei nº 10.216/2001 e pelo Decreto nº 9.761/2019, que estabelecem critérios rigorosos para sua realização, justamente para evitar abusos e garantir que seja utilizada apenas em situações estritamente necessárias.

Em quais casos a internação involuntária é indicada

Essa medida é considerada excepcional e só é recomendada quando:

  • O paciente apresenta risco iminente para si mesmo ou para terceiros.

  • comprometimento grave da saúde física ou mental devido ao uso de substâncias psicoativas.

  • Existe perda da capacidade de discernimento para decidir sobre o próprio tratamento.

  • Todas as tentativas de tratamento voluntário foram esgotadas.

  • O ambiente em que o paciente está inserido favorece a continuidade do uso ou oferece riscos.

Exemplo prático: um indivíduo em surto psicótico causado pelo uso de drogas, que se recusa a se alimentar, coloca sua integridade física em perigo e ameaça familiares.

Base legal e garantias do paciente

A lei brasileira assegura que:

  • A internação involuntária deve ser comunicada ao Ministério Público em até 72 horas.

  • O tempo de permanência deve ser o mínimo necessário, determinado por avaliação médica.

  • Somente médico pode atestar a necessidade.

  • O paciente mantém todos os direitos humanos fundamentais.

Além disso, a alta deve ocorrer assim que os critérios que justificaram a internação não existirem mais.

O processo de internação involuntária na Clínicas Liberty

1. Solicitação pela família

O primeiro passo é a procura da família ou responsável legal, que expõe a situação à nossa equipe de triagem.

2. Avaliação médica

Um médico psiquiatra, preferencialmente especializado em dependência química, avalia o caso para confirmar a necessidade da internação.

3. Documentação

São exigidos documentos de identificação do paciente e do solicitante, além de relatórios médicos e laudos que justifiquem a medida.

4. Comunicação às autoridades

A internação é comunicada formalmente ao Ministério Público no prazo legal.

5. Transporte especializado

Se necessário, realizamos a remoção do paciente com equipe treinada, garantindo segurança e respeito.

Estrutura e cuidado durante a internação

Durante a internação involuntária, a Clínicas Liberty assegura:

  • Acompanhamento médico 24h.

  • Psicoterapia individual e em grupo.

  • Atividades terapêuticas para reabilitação física e emocional.

  • Ambiente protegido contra acesso a substâncias.

  • Apoio familiar com reuniões e orientações periódicas.

O objetivo não é apenas conter comportamentos de risco, mas iniciar um processo real de recuperação.

Diferença entre internação involuntária e compulsória

Muitas pessoas confundem os termos.

  • Involuntária: solicitada pela família/responsável, com autorização médica.

  • Compulsória: determinada por ordem judicial, geralmente em casos que envolvem risco à sociedade ou cumprimento de medidas legais.

Na Clínicas Liberty, trabalhamos apenas com internações voluntárias e involuntárias, sempre dentro do que a lei permite.

Ética e humanização no tratamento

A internação involuntária não deve ser vista como punição, mas como um ato de proteção. Por isso, nossa equipe atua com:

  • Respeito à dignidade do paciente.

  • Sigilo absoluto sobre o caso.

  • Atenção ao vínculo humano, evitando abordagens coercitivas desnecessárias.

  • Acompanhamento multiprofissional para tratar a causa e não apenas a consequência.

Benefícios da internação involuntária

Quando aplicada corretamente, essa medida pode:

  • Salvar vidas em risco iminente.

  • Interromper ciclos de autodestruição.

  • Dar início a um tratamento eficaz.

  • Proteger familiares e terceiros.

  • Reduzir danos físicos e mentais causados pelo uso contínuo de drogas.

Histórias reais que inspiram

(Nomes fictícios para preservar identidade)

  • Marcos, 40 anos – Em crise grave de abstinência, recusava ajuda. Foi internado involuntariamente pela esposa. Após o tratamento, agradeceu à família por não ter desistido dele.

  • Sílvia, 28 anos – Após uma overdose, recebeu intervenção dos pais. Hoje está em acompanhamento ambulatorial e retomou os estudos.

  • Rafael, 35 anos – Com histórico de surtos psicóticos, foi internado contra a própria vontade. Hoje, em recuperação, participa de grupos de apoio e reconhece que a medida salvou sua vida.

O papel da família no processo

A família é essencial em todas as etapas:

  • Reconhecer sinais de alerta.

  • Buscar ajuda profissional cedo.

  • Participar das reuniões terapêuticas.

  • Oferecer suporte emocional após a alta.

Sem o envolvimento familiar, as chances de recaída aumentam consideravelmente.

Pós-alta e continuidade do tratamento

Após a alta, é fundamental manter:

  • Acompanhamento ambulatorial com psiquiatra e psicólogo.

  • Participação em grupos de apoio como Narcóticos Anônimos (NA).

  • Atividades saudáveis para reconstrução da rotina.

  • Monitoramento familiar para detectar possíveis recaídas.

Conclusão – Um ato de amor firme

A internação involuntária é, muitas vezes, o último recurso para proteger alguém que perdeu a capacidade de se proteger.

Na Clínicas Liberty, tratamos cada caso com sensibilidade, responsabilidade e compromisso ético.